sexta-feira, 18 de julho de 2008

Quanto mais longe, melhor

Quando saiu a convocação da seleção olímpica, a CBF divulgou uma programação de treinos, a partir desta segunda-feira (dia 21), que seriam realizados na Granja Comary. Mas ontem, quinta-feira, a entidade anunciou, na calada do dia, que o time de Dunga vai se preparar no Oriente (para onde viaja nesta segunda), perto da China. Nada contra a adaptação ao fuso. Ao contrário. Mas o time está indo muito antes das outras delegações. Ou seja: o motivo não é esse.
Essa atitude é apenas mais um capítulo da política que a diretoria da CBF + Américo Faria, Jorginho e Dunga implantaram de isolamento da seleção de mídia e torcida. Com a surra que Dunga levou da imprensa após os últimos fiascos na eliminatória, essa fuga cai como uma luva (de boxe). E o treinador é, convenhamos, o capataz ideal para tocar essa política.
Mas está tudo certo. Se Dunga e seus blue caps acham que tiram o sono de alguém com isso, podem ir sossegados para mais longe ainda. A seleção continuará merecendo toda a nossa torcida, tanto a principal quanto a olímpica. Independentemente dos efeitos colaterais do sucesso do time.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Quem fala demais dá bom dia a Cevallos

De todos os jogadores de futebol e/ou treinadores com quem convivi em 20 anos de jornalismo esportivo, Renato Gaúcho seguramente é um dos poucos por quem tenho mais do que respeito, mas admiração e amizade. Ele é um dos sujeitos mais generosos que conheci, e o melhor é que não faz propaganda disso. Já o vi ajudar desde jogadores a roupeiros e até jornalistas.
Primeiro assoprei, agora a mordida: Renato precisa, para seu próprio bem, diferenciar as conversas em off, o bate-papo com os jornalistas mais chegados, das entrevistas, principalmente as gravadas. Algumas coisas que diz ultrapassam de longe o incentivo ao seu time ou a demonstração de confiança em seu grupo de atletas. Soam, isso sim, como marra, como menosprezo nem tanto ao rival, mas à imprevisibilidade de um jogo de futebol. Isso faz com que, após uma trombada como a que o Fluminense levou do destino, os holofotes se voltem à ele e muitos, por mero revanchismo e picuinha, lembrem que cada promessa que Renato fez e não pôde cumprir porque três jogadores bateram seus pênaltis de maneira patética, facilitando o trabalho da "peneira" Cevallos. Com a palavra, meu caro amigo Portaluppi...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Parabéns ao L!

Depois de um breve recesso, estou de volta, com saudades deste espaço de reflexões. E apesar de na cidade praticamente só se falar em Fluminense, não dá para deixar de comentar, com alegria, a eleição de Roberto Dinamite para a presidência do Vasco. Nada pessoal contra Eurico Miranda. Ao contrário. Comecei a freqüentar São Januário, a trabalho, no fim de 88. Num de nossos primeiros encontros, ele levantou a voz, eu falei mais alto e, a partir dali, jamais tivemos qualquer problema. Mas sou fã ardoroso da democracia, e esta estava longe do Vasco há tempo. De Roberto o que posso falar é que, do outro lado da arquibancada, na minha adolescência, sempre o respeitei e temi - mesmo tendo Zico a meu lado. Agora, como jornalista esportivo, torço muito pelo sucesso dele e do Vasco. Tampouco poderia deixar de ressaltar a importância da mídia, e especialmente do diário Lance! na mudança que ocorreu no clube. A reportagem que mostrou um repórter, sem direito a voto, votando por ter um adesivo de Eurico na camisa, foi o famoso "batom na cueca". Não havia como a Justiça não intervir. Um dos principais "méritos" de Eurico era ser perfeito na venda da idéia de que era invencível e "intirável" do Vasco. Roberto teve a ajuda da imprensa, acreditou, e hoje vive seu primeiro dia de trabalho como presidente do Vasco. Foi como o provérbio chinês: "Sem saber que era impossível, ele foi lá e fez."