segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Razões para o Flamengo patinar

Ouvi desde domingo comentários do tipo: Celso Roth, Adílson Batista e Caio Júnior não dão sorte na hora de decidir. Discordo. O que ocorre no futebol é: os técnicos bons antecipam o que vai acontecer dentro das partidas e ganham. E há os técnicos que vêem o que acontece somente depois que acontece. Esses, na hora de decidir, não ganham.
Refiro-me especificamente ao técnico do Flamengo, já que analisei detidamente o jogo de sábado, contra a Portuguesa. E infelizmente tenho apenas meu filho e meu pai, com quem vi o jogo, como testemunhas de que sugeri a entrada de Éverton tão logo o árbitro encerrou o primeiro tempo. Vejamos, pois:
1) O Flamengo fez um gol com cinco minutos de jogo. E o único jogador capaz de criar no meio-campo era, como sempre, Juan, que foi muito bem marcado por Estevam Soares. Ou seja, não havia ninguém capaz de reter a bola no meio, o que empurrou a Portuguesa a ocupar aquela região e, conseqüentemente, atacar.
2) Ainda no primeiro tempo, a Lusa teve chance de empatar. O que deveria ser feito? Na volta do intervalo, o time entraria com Éverton, que além de criar sabe reter a bola e conduzi-la em velocidade ao ataque. Mas quem entrou foi Fierro, para ajudar Léo Moura... na marcação.
3) O empate não foi suficiente para Caio mexer no time. Foi preciso a Lusa virar o jogo para ele enxergar o buraco no meio-campo do Flamengo.
4) Na coletiva, Caio disse que "se o jogo tivesse mais 10 minutos, o time viraria o placar". Bem, sabe-se desde que o futebol existe, que cada tempo tem apenas 45 minutos, mais os poucos acréscimos. Assim, o Flamengo teria os tais 10 minutos, se Éverton entrasse 10 minutos antes. Antes, inclusive, de a Lusa empatar.
Agir depois que a galinha está depenada é fácil. A ciência é antecipar. Como fazem Muricy e Luxemburgo.